quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Bo ee

Em alguma parte deste blog, uma vez disse que gostava de musica... não importava se da letra ou do ritmo, mas passava a gostar de uma musica por algum motivo, alguma sensação que ela me transmitisse.
Esses dias estava na internet e por algum motivo acabei me deparando com este cantor: Idan Raichel, um israelense de trinta e poucos anos forte mente influenciado pela cultura etíope.
Suas musicas parecem trazer uma serie de influencias étnicas, da África e Oriente Médio. A sonoridade é leve e envolvente, chegando as vezes a ser sensual.
Bom como o hebraico e o etíope são idiomas alienígenas para mim, fiquei curioso por saber sobre que suas musicas tratavam, em especial uma – “Bo ee”, que significa “Venha”. Mas como bom fuçador da web, acabei por encontrar algumas traduções de suas canções, que são bem poéticas e até certo ponto místicas.
Bom, hoje vou compartilhar esta musica que citei “Bo ee”. Ela é tem algo que me atrai em seu ritmo, mas a letra é muito bonita e parece fazer sentido para mim.

Escute a musica aqui.

“Bo ee” – Venha

Venha, me de a mão e andemos
Não me pergunte para onde
Não me pergunte sobre a felicidade, pois talvez ela venha também
E quando vier, descerá sobre nós como chuva

Venha, vamos nos abraçar e andar
Não pergunte quando
Não me pergunte sobre casa
Não me pergunte sobre o tempo
O tempo não espera, pára ou permanece

(prece etíope)
Na lama à noite (Ouça-me)
Mesmo se você cair do seu cavalo (Ouça-me)
Não fique com raiva do meu irmão (Ouça-me)
Ninguém viu (Ouça-me)
Mas tome cuidado para não cair no dia
Mas cuidado para não cair no dia

Venha, me de a mão e andemos
Não me pergunte para onde
Não me pergunte sobre a felicidade, pois talvez ela venha também
E quando vier, descerá sobre nós como chuva

Venha, vamos nos abraçar e andar
Não pergunte quando
Não me pergunte sobre casa
Não me pergunte sobre o tempo
O tempo não espera, pára ou permanece

(texto incidental)
Lembras-te de volta então, quando você costumava sempre me trazer flores?
Você iria distrair-me, eu te entreter.
Você desejava falar comigo, eu falava com você.
Gostávamos de nos prender um ao outro.
Passávamos todos os dias a alegria de Pentecostes.
Quando chegou a noite, nós nos perguntávamos quando um novo começaria.
Quando nos separávamos, me sentia triste.
Quando íamos nos encontrar, eu sentia alegrias imensas.
E agora tudo passou... e estamos agora aqui

Venha, me de a mão e andemos
Não me pergunte para onde
Não me pergunte sobre a felicidade, pois talvez ela venha também
E quando vier, descerá sobre nós como chuva

Venha, vamos nos abraçar e andar
Não pergunte quando
Não me pergunte sobre casa
Não me pergunte sobre o tempo
O tempo não espera, pára ou permanece

....Na lama à noite (Ouça-me)...

....Não me pergunte sobre a felicidade...
....Descerá sobre nós como chuva...

Venha, vamos nos abraçar e andar.
Não pergunte quando
Não me pergunte sobre casa
Não me pergunte sobre o tempo

O tempo não espera, pára ou permanece

Na lama à noite (Ouça-me)
Mesmo se você cair do seu cavalo (Ouça-me)
Não fique com raiva do meu irmão (Ouça-me)
Ninguém viu (Ouça-me)
Mas tome cuidado para não cair no dia
Mas cuidado para não cair no dia

Motivos

Quando pensei neste blog, pensei o mesmo como um refugio. Talvez por isso, no principio, nunca tenha compartilhado ele com ninguém. Ele não nasceu um blog, mas sim um beco escondido em um cyber espaço tão propício ao anonimato.

Hoje, muitos já passaram por aqui. Alguns disseram que gostaram... aqueles que não acharam nada de mais, pelo menos não me criticaram (ainda). Mas enfim, apesar de estar mais exposto, ele ainda continua sendo um refúgio.

Gostaria de ser 10% daquilo que escrevo, se bem que acho que sou isso por inteiro, porém ainda não decidi me assumir como eu mesmo.

A proposta inicial era de apenas colocar coisas minhas, crônicas, situações e outros “nadas” meus. Mas decidi que começaria compartilhar coisas que me fazem sentido, ou que por algum motivo, me fazem feliz ou me agradam.

Por tanto, a partir de agora, compartilharei as minhas coisas e as coisas do mundo... que poderiam ser minhas... que poderiam ser suas... (mas que um dia gostaria que fossem nossas)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Como é que é?

Como é que a gente se apaixona?

Fiquei pensando nessa pergunta hoje.

A primeira coisa que me veio a mente foi que muitas das coisas que nos despertam paixão tem um bom motivo... (óbvio)

Quando fazemos o que gostamos em um lugar bacana... como não se apaixonar pelo que se faz?

Quando seu grupo preferido lança uma musica que a letra parece ser feita para você... como não se apaixonar?

Quando você quase perde a vida e tem uma segunda chance... como não se apaixonar pela vida?

Mas no fundo o que desperta a paixão por outra pessoa?

Analisando racionalmente nunca temos um motivo obvio para isso...

Ah foi a voz... foi o jeito de falar... foi isso... foi aquilo... mas se pensarmos bem, quantas outras pessoas ao nosso redor não apresentam características e qualidades semelhantes... mas que nunca nos despertaram a paixão... enfim... não tem como saber mesmo não existe racionalidade para isso.

Também não acredito na tal “química” ou afinidades... pois como já falei... quantas pessoas em nossas vidas possuem inúmeras afinidades com a gente... e mesmo assim não nos apaixonamos por elas...

Definitivamente o verbo apaixonar não é algo que consiga explicar... sei como me sinto, mas não sei como surgiu.

Inversamente proporcional ao meu conhecimento dos motivos que me levariam a apaixonar-se por alguém, é o meu conhecimento sobre os motivos para não querer me apaixonar.

O medo da decepção, a não aceitação, o viver uma relação platônica, a fossa nossa de toda vida... etc, etc... mas o engraçado e trágico de tudo isso é que mesmo assim gostamos de nos apaixonar...

Amo o que eu faço e no lugar que faço, sou apaixonado pelo meu trabalho... mas sou apaixonado por algumas musicas em quais as letra não tem relação nenhuma comigo! Amo minha vida, sem mesmo ter passado perto de qualquer coisa que a ameaçasse...

Enfim nenhuma paixão é totalmente racional ou é despertada por algum motivo óbvio... mas independente da razão... quero voltar a me sentir assim...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Voar

Nunca quis ser um anjo. Adiro estes seres celestiais e míticos, mas nunca quis ser um deles.

Há única coisa que os invejo brancamente é que eles podem voar...

Parece ser um sonho infantil, mas sempre desejei ter asas... e assim poder voar.

Voar para longe, para o alto e fora do mundo e do tempo... mas me conformo em ser humano e caminhar com meus pés no chão, mesmo desejando fortemente voar.

Porém o desejo é grande, grande demais para não realizá-lo.

Por isso fecho os olhos, me recolho em mim e espero que as minhas asas brotem e eu possa, enfim voar...

Aos poucos vou me sentindo leve e ganhando altura. Sinto o vento frio sobre meu rosto... as coisas vão ficando longe e pequeninas, tão pequenas que posso guardá-las em minhas mãos fechadas.

O silencio domina. Uma sensação de tranqüilidade toma conta de tudo...

Silenciosamente e sem parecer me mover, vôo pelos meus pensamentos... impulsionado pelos meus desejos e vontades... passando a seguir cada um deles.

Brinco com os sabores, com os sons, as vozes os cheiros daquilo que desejo.

Plano entre um sorriso e outro... faço um rasante sobre meus sonhos... observo as pessoas...

Sinto cheiros e sabores... escuto preces, canções, lamentos... escuto todos os sons...

Percebo aos poucos que não que não deixei meu lugar... não me elevei nenhum centímetro do chão, mas estranhamente acredito ter voado... e porque não acreditaria?

Se todas os desejos e vontades que me fazem querer voar são reais, por que então não posso voar realmente?

Todos os sorrisos que vi estão por ai no meu dia a dia. Os sabores e cheiros também. As vozes e as pessoas também... então quem me garante que não estou voando quando estou perto daquilo que gosto?

Talvez seja necessário nos despirmos de nossas cargas, nossos medos e preconceitos. Nos livrarmos daquilo que não nos permite voar, daquilo que nos impede... que muitas vezes somos nós mesmos, acorrentados aos nosso medos, preconceitos e a incapacidade de acreditar que podemos ser leves.

Pode parecer uma fuga... pode parecer clichê, mas continuo querendo voar... mesmo que seja com um pé no chão e outro não


Penso

Alguém já sentiu tanta vontade de algo que essa vontade já não cabia mais em você?
Sempre tentamos fugir da maioria das nossas vontades... Bom pelo menos eu fujo de algumas das minhas.
Ultimamente tenho repreendido a ser eu, ou melhor, recordando quem já fui. Mas confesso que voltar a sentir o mundo é estranho.
Confusão – essa é a palavra destes dias. Voltar a sentir, a olhar, a perceber (ou tentar) me desperta sempre uma enxurrada de pensamentos... que sempre me confundem. Em alguns momentos tenho vontade de não pensar, mas pensar é bom.
Penso sobre o que estou voltando a sentir... e gosto.
Penso sobre o que estou observando novamente... e gosto.
Penso sobre as percepções que estou tendo... e gosto.
Penso e penso...
Penso que preciso mudar mais, que preciso abandonar algumas coisas, recuperar outras...
Imagino coisas e penso em concretizar algumas... abandonar outras.
Penso em virar um rock star; ou um camponês... penso em ser eu mesmo
Penso no que os outros pensam... imagino o que os outros pensam. Tenho uma tendência a me importar, mas em alguns casos isso não vale a pena.
Penso em sorrisos, em falas, em olhares, em pessoas e na pessoa
Penso e me confundo, me soluciono e me debato...
As minhas muitas vontades me confundem... mas até quando vou deixar a vontade ser apenas um desejo?
Penso em me fazer perceber e me fazer sentir... penso em como me tornar ação
Hoje penso em você... e amanhã... quem sabe... em agir com e por você

sábado, 7 de agosto de 2010

Bem vindo

Há muito tempo não escrevia aqui.

Falta de tempo. Falta de inspiração.

Sempre dava uma olhadinha nas coisinhas do passado escritas por aqui e não encontrava mais a pessoa que as escrevia.

Por um tempo acreditei que a mudança constante nas pessoas seria a grande responsável por não me reconhecer mais nas minhas próprias palavras. Mas como podemos mudar tanto assim em nossa essência? Seria possível uma grande descaracterização assim?

Fiquei em duvida, me coloquei em um turbilhão de pensamentos, buscando no fundo de todas as minhas pequenas coisas aquilo que eu era.

Parecia que nada mais existia. Fiquei com medo.

Será que eu tinha esquecido de pensar, de viver, amar, sentir...?

Olhei ao redor e me sentia em uma cápsula, a margem dos pedaços daquilo que eu fui.

Passei a pensar em que lugar do meu caminho, me deixei isolar e alienar... e nesse caminho de volta não encontrei os pedaços daquilo que me compunha.

Me acomodei e tentei me acostumar com que sou.... mas parecia que tudo ainda estava suspenso.

É incrível como nos acostumamos com o que é cômodo e previsível. As mesmas coisas as mesmas reações, os mesmos sentimentos... tudo acontecendo automaticamente, funcionando em uma engrenagem perfeita... praticamente um sistema fechado de engrenagens que se auto alimentava.

Vivi acomodado em uma vidinha aparentemente boa e feliz. Porém o desejo de tentar entender o que havia acontecido nunca ficou esquecido.

Provavelmente esta questão latente na minha cabeça... tenha me deixado um pouco mais alerta nos últimos tempos... pois percebi que um mundo inteiro continuava a existir ao meu lado, o mesmo e velho mundo do eu de outros tempos.

Tudo aquilo que me fazia do jeito que era ainda estava lá fora, porém agora resolvi olhar pela janela.

Via as pessoas muito iguais e muito diferentes de mim.

Vi as coisas acontecendo... vi alguém sorrindo e o sorriso era bom... e isso me deu vontade de sorrir de novo, mas sorrir pra valer...

Respirei fundo, e dei meu primeiro passo para o velho mundo lá de fora ... olhei para trás, dei um beijo e um abraço em tudo que esta deixando dentro da cápsula. Respirei fundo novamente... olhei para mim mesmo e percebi que tudo o que eu era ainda estava em mim. Fiquei feliz e voltei para o mundo.

Não sei se vou encontrar o sorriso que me despertou, mas agora eu sei que independente disso, posso dar meus próprios sorrisos por ai...

Bem vindo ao mundinho.



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

No Problem

Os nossos problemas têm o tamanho que nós damos a eles.
O meu pode ter o tamanho destas palavras ou não caberia em nenhuma biblioteca.
Me peguei pensando na importância que dou a eles...
Às vezes acho que os alimento demais... mas em alguns momentos penso que subestimo o real tamanho.
Não sei mensurar os meus... e provavelmente nunca saiba.
Só não quero ficar pensando demais neles e descobrir que o grande problema sou eu!
Por isso, quando estiver enfrentando aquele transito infernal... e ficar parado atrás de um carro com aquele adesivinho “No Problem”... Não se irrite ou esbraveje contra o dono do mesmo.... afinal feliz é ele que nega os seus problemas!!!